“Nos tempos que precederam a queda e ressurgimento do grande império Glorian e o nascimento do legendário guerreiro Erdan River também aconteceram eventos que transformaram estas terras e merecem ser contados.”
Houve um sentimento estranho entre os servos do castelo, quando Lady Darkiam deu à luz ao seu primogênito. Lord Darkiam estava combatendo inimigos há mais de um ano, não havia retornado desde então.
A batalha estava cada vez pior. Ferido, Lord Darkiam retornou para casa e em seu leito de morte ele descobriu sobre a infidelidade de sua mulher. Então, antes de encontrar seu destino ordenou que o bastardo fosse entregue a sua própria sorte e jogado na floresta para que ficasse protegido nome da família Darkiam.
Um servo de confiança de Lord Darkiam foi até a floresta e levou em frente às ordens. As árvores tornavam a trilha ainda mais escura numa noite sem lua. Mal sabia ele que alguém o havia seguido por todo o caminho e logo que se afastou do local, uma figura feminina se aproximou do pequeno ser, totalmente desprotegido, e pegou-o nos braços, cobrindo-o com uma manta que o protegeria do frio, escondendo, ainda dentro dela, uma pequena carta. Apressadamente, a mulher caminhou em direção ao Solarium. Um templo de um Deus justo que não se recusaria a acolher tão desamparada criatura.
Assim, ainda infante, Talidor foi deixado às portas do templo dos adoradores do deus do Sol, com apenas uma nota que pedia "Cuidem bem de Talidor, pois eu não pude. Este punhado de moedas de ouro tornará seu fardo menor".
Uma criança desajeitada e sempre distante, Talidor cresceu tendo os livros como seus únicos amigos. Dotado de uma inteligência notadamente brilhante devorava todo conhecimento que podia obter, e logo começou a ganhar reconhecimento do sábio Dungnir Ciprex, recebendo deste o título de diácono.
Apesar da vida no templo e da tutela atenta do sacerdote Dungnir, o recém apontado diácono não tinha uma fé muito forte. Ele orava e se comportava de acordo com as crenças da ordem, mas por alguma razão, as artes ocultas lhe atraiam de uma maneira mais intensa.
O tempo passava e os dons inatos de Talidor eram descobertos e aprimorados por Dungnir. Então, aos 16 anos, o sábio que não tinha herdeiros, emprestou seu nome ao pupilo que seria conhecido como Talidor Ciprex.
O garoto havia ganhado muito prestígio ao longo dos anos pelas amostras de devoção a seu deus e pela paixão pelos livros, tanto, que não houve uma obra literária da biblioteca do templo que tivesse escapado aos seus olhos e algumas delas ele sabia de cor.
Dungnir pôde sentir a falta de entusiasmo daquele que considerava como um filho quando este não encontrava mais livros para ampliar seu conhecimento, e um pouco apreensivo lhe entregou uma chave. A porta que a chave abria não era tocada por muitos, a parte proibida do conhecimento, livros de magia arcana, pergaminhos e tantos outros objetos que profanariam o divino.
Talidor não poderia ter ficado mais satisfeito, teria todo o conhecimento para, sem que os sacerdotes soubessem, praticar o ocultismo que estava em suas entranhas. Sozinho, ele aprenderia o outro lado da magia.
A vida fora dos muros do templo havia também passado e a guerra dos Darkiam, que parecia perdida, mudou de rumo. A morte de Lord Lock Darkiam fez de seu irmão, Veil Darkiam, o novo líder do clã e sobre seu comando estavam criando um império, derrotando cada um de seus inimigos.
E foi além dos muros do templo que o futuro sacerdote tomou conhecimento de um fato que mudaria o curso de sua vida.
Um ano já havia se passado do dia em que ganhara a chave de Dungnir. Ele ficava cada vez mais proficiente nas artes ocultas e sempre com o capuz do manto a esconder seu rosto, Talidor ia até a cidade de tempos em tempos para, secretamente, comprar os materiais necessários para suas magias, e sem chamar muita atenção, retornava para seus livros. Mas dessa vez as coisas estavam diferentes... Ao contrário das antigas batalhas que só faziam mortos e moribundos, as vitórias do exército de Veil criavam heróis e aqueles que antes eram apenas simples soldados, agora poderiam ser oficiais.
E naquele dia em particular, um grupo de subordinados e seu comandante comemoravam uma vitória recente na cidade... Comandante esse, que um dia, ainda nos tempos Lock, havia sido incumbido de abandonar uma criança desgraçada na floresta. Talidor já estava saindo pelos portões da cidade quando um encontrão o levou ao chão e o capuz que outrora lhe cobria a face revelou em seus olhos a pequena imperfeição que o antigo servo não havia conseguido esquecer...
Talidor tinha uma peculiaridade, seus olhos pareciam olhos de felinos, com suas pupilas verticais e o comandante os reconheceu imediatamente.
Já atordoado pelo álcool, o oficial proferiu palavras de ódio ao perceber quem estava ali no chão, mas antes de se levantar e fugir, Talidor ainda conseguiu ouvir "bastardo" e "Darkiam", antes de desaparecer na estrada a caminho do templo.
Até aquele momento, pouco tinha o jovem diácono inquirido sobre seu passado, mas ao chegar ao lugar que chamava de lar, perguntou a Dungnir sobre sua história. O sábio pouco pôde lhe ajudar oferecendo apenas a carta que havia sido encontrada na cesta deixada nos portões do templo. Aquela informação era muito pouco para saciar a curiosidade aguçada pelo bêbado e suas palavras. Então, ainda naquela noite, Talidor retornava à cidade, desta vez com algumas magias preparadas... (continua)
A batalha estava cada vez pior. Ferido, Lord Darkiam retornou para casa e em seu leito de morte ele descobriu sobre a infidelidade de sua mulher. Então, antes de encontrar seu destino ordenou que o bastardo fosse entregue a sua própria sorte e jogado na floresta para que ficasse protegido nome da família Darkiam.
Um servo de confiança de Lord Darkiam foi até a floresta e levou em frente às ordens. As árvores tornavam a trilha ainda mais escura numa noite sem lua. Mal sabia ele que alguém o havia seguido por todo o caminho e logo que se afastou do local, uma figura feminina se aproximou do pequeno ser, totalmente desprotegido, e pegou-o nos braços, cobrindo-o com uma manta que o protegeria do frio, escondendo, ainda dentro dela, uma pequena carta. Apressadamente, a mulher caminhou em direção ao Solarium. Um templo de um Deus justo que não se recusaria a acolher tão desamparada criatura.
Assim, ainda infante, Talidor foi deixado às portas do templo dos adoradores do deus do Sol, com apenas uma nota que pedia "Cuidem bem de Talidor, pois eu não pude. Este punhado de moedas de ouro tornará seu fardo menor".
Uma criança desajeitada e sempre distante, Talidor cresceu tendo os livros como seus únicos amigos. Dotado de uma inteligência notadamente brilhante devorava todo conhecimento que podia obter, e logo começou a ganhar reconhecimento do sábio Dungnir Ciprex, recebendo deste o título de diácono.
Apesar da vida no templo e da tutela atenta do sacerdote Dungnir, o recém apontado diácono não tinha uma fé muito forte. Ele orava e se comportava de acordo com as crenças da ordem, mas por alguma razão, as artes ocultas lhe atraiam de uma maneira mais intensa.
O tempo passava e os dons inatos de Talidor eram descobertos e aprimorados por Dungnir. Então, aos 16 anos, o sábio que não tinha herdeiros, emprestou seu nome ao pupilo que seria conhecido como Talidor Ciprex.
O garoto havia ganhado muito prestígio ao longo dos anos pelas amostras de devoção a seu deus e pela paixão pelos livros, tanto, que não houve uma obra literária da biblioteca do templo que tivesse escapado aos seus olhos e algumas delas ele sabia de cor.
Dungnir pôde sentir a falta de entusiasmo daquele que considerava como um filho quando este não encontrava mais livros para ampliar seu conhecimento, e um pouco apreensivo lhe entregou uma chave. A porta que a chave abria não era tocada por muitos, a parte proibida do conhecimento, livros de magia arcana, pergaminhos e tantos outros objetos que profanariam o divino.
Talidor não poderia ter ficado mais satisfeito, teria todo o conhecimento para, sem que os sacerdotes soubessem, praticar o ocultismo que estava em suas entranhas. Sozinho, ele aprenderia o outro lado da magia.
A vida fora dos muros do templo havia também passado e a guerra dos Darkiam, que parecia perdida, mudou de rumo. A morte de Lord Lock Darkiam fez de seu irmão, Veil Darkiam, o novo líder do clã e sobre seu comando estavam criando um império, derrotando cada um de seus inimigos.
E foi além dos muros do templo que o futuro sacerdote tomou conhecimento de um fato que mudaria o curso de sua vida.
Um ano já havia se passado do dia em que ganhara a chave de Dungnir. Ele ficava cada vez mais proficiente nas artes ocultas e sempre com o capuz do manto a esconder seu rosto, Talidor ia até a cidade de tempos em tempos para, secretamente, comprar os materiais necessários para suas magias, e sem chamar muita atenção, retornava para seus livros. Mas dessa vez as coisas estavam diferentes... Ao contrário das antigas batalhas que só faziam mortos e moribundos, as vitórias do exército de Veil criavam heróis e aqueles que antes eram apenas simples soldados, agora poderiam ser oficiais.
E naquele dia em particular, um grupo de subordinados e seu comandante comemoravam uma vitória recente na cidade... Comandante esse, que um dia, ainda nos tempos Lock, havia sido incumbido de abandonar uma criança desgraçada na floresta. Talidor já estava saindo pelos portões da cidade quando um encontrão o levou ao chão e o capuz que outrora lhe cobria a face revelou em seus olhos a pequena imperfeição que o antigo servo não havia conseguido esquecer...
Talidor tinha uma peculiaridade, seus olhos pareciam olhos de felinos, com suas pupilas verticais e o comandante os reconheceu imediatamente.
Já atordoado pelo álcool, o oficial proferiu palavras de ódio ao perceber quem estava ali no chão, mas antes de se levantar e fugir, Talidor ainda conseguiu ouvir "bastardo" e "Darkiam", antes de desaparecer na estrada a caminho do templo.
Até aquele momento, pouco tinha o jovem diácono inquirido sobre seu passado, mas ao chegar ao lugar que chamava de lar, perguntou a Dungnir sobre sua história. O sábio pouco pôde lhe ajudar oferecendo apenas a carta que havia sido encontrada na cesta deixada nos portões do templo. Aquela informação era muito pouco para saciar a curiosidade aguçada pelo bêbado e suas palavras. Então, ainda naquela noite, Talidor retornava à cidade, desta vez com algumas magias preparadas... (continua)