Friday, September 28, 2012

À Caminho De Seu Destino - Parte 2

Soana cerra os olhos, como se tentasse lembrar alguma coisa, mas o frio a não a deixa pensar muito.

- Pode existir vida nos lugares mais sombrios! - Diz Soana lembrando-se da caverna subterrânea abaixo do forte da Torre conquistado pelo grupo treinado pelo Capitão Foster.
- Eu já encontrei preciosos fungos em uma caverna uma vez, e aprendi que eles eram bons para ajudar em ferimentos, mas flores em lugares assim? Nunca vi isso antes!
O ar fazia pequenas nuvens ao se condensar quando saia da boca de cada um, e Altair respirando muito forte formava uma neblina que quase escondia seu rosto.

- Sim, Nadrel é capaz de muitos segredos. - Responde ele. - Vamos seguir em frente à noite não tarda em chegar, e não será gentil conosco. – Diz Altair.

Nihal hesita sair do lugar e não tira os olhos da pequena flor. Pensa em como é curiosa a vida e se surpreende com a vontade de tirar ela dali, de carregá-la consigo para levá-la a um lugar melhor, menos gelado. Talvez seja o fato de se sentir tão sozinha.

Sem perceber o olhar pensativo de sua amiga Soana responde:

- Você tem razão, irá esfriar mais do que já esta, vamos avançar mais um pouco.

Como se estivesse enfeitiçada, num impulso a adaga suja de sangue negro vai em direção a flor do gelo e quando a lamina de Nihal corta o caule da pequena flor ela ouve em sua mente:

“Alecrim, Dente-de-leão, Dália, Sálvia”

Como se estivesse num transe ela repete a frase em voz alta, as palavras saem de seus lábios assustando seus companheiros.

- O que disse Nihal? - pergunta surpresa a caminhante das sombras.
- Alecrim, Dente-de-leao, dália e sálvia.

O olhar de curiosidade de Soana para Nihal e perceptível enquanto ela reconhece as palavras soltas: “São ervas”, pensa.

A voz continua: “Seremos eternamente gratos, estamos bem.”

Thursday, September 27, 2012

À Caminho De Seu Destino - Parte 1

Elas resolveram enfrentar os mistérios de Nadrel
Deixaram para trás um grupo de amigos de longa data
Talvez porque estando naquela multidão elas sentiam só
A glória de suas famílias eram somente lendas perdidas
Adds e Neodas se orgulhariam delas novamente

Aos seus pés jazia o corpo, agora inerte, do monstro do gelo. O combate

havia sido intenso, mas a vitória veio com uma sensação de realização
como há muito tempo não era sentida.



O sangue escuro que vertia de sua carne fétida, se espalhava por todos os lados e parecia macular o branco tão puro da neve a sua volta.
À medida que o calor do combate diminuía por causa do gelo do Monte Draken, as guerreiras começavam a sentir seus braços queimando, seus músculos congelando em cada uma das mordidas que a criatura lhes acertou.
A direção era clara a sua frente, mas o frio parecia se espalhar em suas veias, seus passos eram pesados a caminho de seu destino.
Para muitos aquilo que não se compreende é uma dádiva dos deuses, ou até magia, mas Soana observa os ferimentos e percebe:

- Eu conheço esses sintomas... Isso é um veneno! Deve ser algo que aquela criatura soltou quando nos mordeu!

Absorta em seus estudos ela nem percebe uma pequena flor nascendo em uma parte da rocha que não era coberta pela neve. Nihal, entretanto não deixa escapar tal detalhe. Ela olha para baixo e mesmo sentindo a dor em seu braço parcialmente congelado, avista a pequenina flor amarela.

- Vejam! - Diz para Soana e Altair - Como é possível uma coisa dessas no meio de tanta neve?