- Pode existir vida nos lugares mais sombrios! - Diz Soana lembrando-se da caverna subterrânea abaixo do forte da Torre conquistado pelo grupo treinado pelo Capitão Foster.
- Eu já encontrei preciosos fungos em uma caverna uma vez, e aprendi que eles eram bons para ajudar em ferimentos, mas flores em lugares assim? Nunca vi isso antes!
O ar fazia pequenas nuvens ao se condensar quando saia da boca de cada um, e Altair respirando muito forte formava uma neblina que quase escondia seu rosto.
- Sim, Nadrel é capaz de muitos segredos. - Responde ele. - Vamos seguir em frente à noite não tarda em chegar, e não será gentil conosco. – Diz Altair.
Nihal hesita sair do lugar e não tira os olhos da pequena flor. Pensa em como é curiosa a vida e se surpreende com a vontade de tirar ela dali, de carregá-la consigo para levá-la a um lugar melhor, menos gelado. Talvez seja o fato de se sentir tão sozinha.
Sem perceber o olhar pensativo de sua amiga Soana responde:
- Você tem razão, irá esfriar mais do que já esta, vamos avançar mais um pouco.
Como se estivesse enfeitiçada, num impulso a adaga suja de sangue negro vai em direção a flor do gelo e quando a lamina de Nihal corta o caule da pequena flor ela ouve em sua mente:
“Alecrim, Dente-de-leão, Dália, Sálvia”
Como se estivesse num transe ela repete a frase em voz alta, as palavras saem de seus lábios assustando seus companheiros.
- O que disse Nihal? - pergunta surpresa a caminhante das sombras.
- Alecrim, Dente-de-leao, dália e sálvia.
O olhar de curiosidade de Soana para Nihal e perceptível enquanto ela reconhece as palavras soltas: “São ervas”, pensa.
A voz continua: “Seremos eternamente gratos, estamos bem.”
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