- A flor falou comigo...
- Será delírio mais um sintoma do veneno? – Enquanto olha para a
criatura do gelo.
“Alecrim,
Dente-de-leao, dália e salvia”
Fala mais uma vez e como acordando de um sonho, Nihal sabe que a voz não
tem mais nada a dizer.
- Alguns antídotos são feitos a partir do próprio veneno! - Diz Soana
com a certeza de que Nihal está delirando.
- Vou tentar extrair algum da criatura. Temos mais alguns minutos? -
Olhando para o céu ela tenta ver o quanto de luz ainda terão.
- Você sente alguma coisa Soana? - Pergunta Altair.
- Você também foi mordida. - continua ele
- Sim, apenas uma vez, mas meu braço também está bem gelado.
A última Darkaniam sem prestar atenção em sua amiga pensa: “Quem pode
ser eternamente grato por eu destruir uma última vida no meio do gelo?”
Seu olhar cabisbaixo continua fixo para o lugar onde estava à flor e
envergonhada pelo que fez sente sua face enrubescer.
- É como se alguém agradecesse. Alecrim, Dente-de-leão, Dália e Salvia.
Seremos eternamente gratos, estamos bem. Foi isso que ouvi na minha cabeça. Como se
alguém falasse comigo, mas já foi embora.
- Como assim alguém grato, Nihal? Está se sentindo bem? – a menina
Centari não entende mais nada. - Esses são nomes de ervas, algumas usadas em
curandeirismo. – continua, tentando dar sentido nas palavras enigmáticas.
- Não estou delirando por causa do veneno. A voz foi bem clara, parece
que por um momento eu me desliguei do corpo para ouvir a plantinha. Onde está a
plantinha?
Nihal abre sua mão e procura a flor, mas ela não existe mais. Uma poeira
verde foi tudo que restou.
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