Tuesday, October 23, 2012

À Caminho De Seu Destino - Parte 6


Ele mal consegue ficar de pé quando o resto do ovo se quebra. Fraco, ele se arrasta até Nihal, ela podia sentir que ele precisa mais da força que estava em suas veias.

Feixes de luz douradas saem do corpo da menina, A criatura começa a brilhar, Nihal consegue ver sua essência transformando a criatura, preenchendo seus músculos, dando consistência à suas presas e asas.

De pé em suas quatro patas, o pequeno Draken abre suas asas, ainda está um pouco menor do que aquele que eles encontraram na escadaria da torre. As pupilas verticais do réptil estão fixas em Nihal, ela podia sentir que o Draken agora era parte dela, que nada poderia afastá-los.

Ela tenta dizer algo, mas seus lábios não se mexem. Ela chama por Rogna em seus pensamentos.

A mão de Nihal agora tocava as escamas douradas da criatura, e ela podia sentir que para viver ele precisava de mais, de mais da vitalidade da menina.
Então mais uma vez a cena se repete e a luz dourada sai de um corpo para o outro.

A criatura da um urro de dor, ela pode sentir seus ossos crescendo, sua carne se esticando, um processo que demoraria décadas acontecendo em segundos.

A reverberação do grunido foi demais, as paredes da caverna estremecem e para o debilitado Altair isso é mais do que podia agüentar. Ele cai desacordado na pedra fria, até mesmo Soana, que já visto até monstros feitos de puro sangue, fica paralisada, num misto de terror e espanto.

A caverna se torna pequena, O Draken já não consegue fica naquele espaço e levanta vôo, destruindo o teto para poder alcançar sua liberdade e olhar o céu.

Nihal se abaixa por puro reflexo, mas com as asas abertas ele os protege das pedras que cairiam na gruta. Ela continua com os olhos fixos na criatura como se por maior que fosse ela sempre iria protegê-la.

Monday, October 22, 2012

À Caminho De Seu Destino - Parte 5


A passagem é estreita, todos andam muito vagarosamente. Soana logo se lembra da ultima vez que esteve aqui:

- Encontrei cogumelos comestíveis... Talvez tenhamos a mesma sorte!

Eles seguem, sempre procurando qualquer coisa naquela neve. Soana atenta para os fungos que os ajudaram da outra vez, em vão. Os tempos eram outros, nada mais crescia naquela caverna.

Nihal até olhava para o chão, mas durante o percurso ficou refletindo: “Quem estaria agradecendo? Quem poderia estar bem? O que aquela flor representaria? Talvez o antídoto?” e realmente nada encontrou.

A trilha que seguiu até o fim foi tranqüila, sem nenhum outro percalço. Andaram durante todo o dia em baixo da terra até chegar ao buraco, um caminho subterrâneo para o covil dos Draken, uma visão é conhecida por Soana.

A luz do luar tentava em vão atravessar as nuvens, e apenas uma claridade pálida ilumina a caverna. Apesar de fraca era o suficiente para revelar, quando os aventureiros se aproximam, o lugar onde outrora havia um altar, agora existia uma pedra.

 Eles chegam mais perto ainda e pela segunda vez Nihal não consegue controlar seu corpo e como soubesse qual é o seu destino. Ela toca na pedra, Soana chega perto apenas para que a luz da tocha em suas mãos pudesse revelar mais.

Ela sente que algo está tentando lhe tirar alguma coisa, algo parecido quando Neodas a havia tocado. Era o momento, ela sabia o que deveria fazer e não impediu que sua força fosse drenada.

Parecia surgir vida onde sua mão tocou na pedra. Uma luz dourada vai lentamente se espalhando dos dedos de Nihal, colorindo toda a extensão do que claramente, não era só uma pedra. Era como se seu sangue estivesse alimentando aquele artefato.

Sem dúvida todos podiam ver.  Era um ovo, um ovo de ouro puro. Reluzindo e iluminando a caverna, um dos últimos ovos de Draken de Nadrel.

A luz era tão intensa que Altair e Soana não conseguem mais olhar diretamente para aquele espetáculo e são forçados a virarem seus rostos.

Rachaduras começam a surgir na superfície, há algo muito pequeno dentro.
Nihal se lembra de Veil na torre da Cidade de Platina, o Draken dentro do ovo era ainda menor do que o que estava no ombro do príncipe Darkaniam.

Sunday, October 21, 2012

À Caminho De Seu Destino - Parte 4


- Você colheu a flor?

- Sim... – Ela mostra a poeira que estava na palma de sua mão.

- E ouviu essas palavras em sua cabeça?

- Foi... Como uma voz, como aquela criatura em nossas cabeças.

O Sopro do vento começava a levar os restos da flor pela montanha, quando Soana num rápido movimento fecha a mão de Nihal e salva um punhado de areia.

- Guarde-o! – Diz ela ao segurar fortemente os dedos da amiga.

- O pó? – Responde Nihal assustada - Onde vou guardar?

- Sim, deixe ver se tenho frascos vazios. – Responde Soana procurando alguma coisa em sua mochila.

Ela pega um pequeno recipiente de vidro, como muitos outros que havia utilizado para guardar seus venenos, e abre para guardar o pó verde que escorre lentamente do punho de Nihal.

- Então vamos? - Pergunta Altair - À noite aqui, se for como dizem os livros, será muito perigosa. - se repete ele.

- Vamos sim. – Responde Nihal.

- A verdade sobre isso não está só nos livros Altair, infelizmente já passei uma noite na completa escuridão, mas antes de irmos – diz Soana procurando outro frasco em suas coisas.

- Me ajude aqui Nihal, abra a boca desse nojento para que possa tentar tirar algum veneno!

Ainda abalada, ela se posiciona atrás da cabeça da criatura e faz com que suas presas fiquem imóveis para facilitar o trabalha de Soana.

O frio que o veneno provoca nos músculos da especialista é muito, sua mão falha e as presas se quebram e o veneno escorre pela neve.

Com uma expressão de fracasso ela diz: - Vamos então... Levamos mais de um dia para chegar até o centro do covil da outra vez. - Diz, enquanto acende uma nova tocha para iluminar a escuridão e logo em seguida pega a que havia deixado cair antes do combate, pois apesar de estar molhada talvez ainda tivesse alguma serventia, e a guarda em sua bolsa.

Saturday, October 20, 2012

À Caminho De Seu Destino - Parte 3

Espantada Nihal quase não consegue falar normalmente e as palavras saem como um sussurro:

- A flor falou comigo...

- Será delírio mais um sintoma do veneno? – Enquanto olha para a criatura do gelo.

“Alecrim, Dente-de-leao, dália e salvia”

Fala mais uma vez e como acordando de um sonho, Nihal sabe que a voz não tem mais nada a dizer.

- Alguns antídotos são feitos a partir do próprio veneno! - Diz Soana com a certeza de que Nihal está delirando.

- Vou tentar extrair algum da criatura. Temos mais alguns minutos? - Olhando para o céu ela tenta ver o quanto de luz ainda terão.

- Você sente alguma coisa Soana? - Pergunta Altair.

- Você também foi mordida. - continua ele

- Sim, apenas uma vez, mas meu braço também está bem gelado.

A última Darkaniam sem prestar atenção em sua amiga pensa: “Quem pode ser eternamente grato por eu destruir uma última vida no meio do gelo?”

Seu olhar cabisbaixo continua fixo para o lugar onde estava à flor e envergonhada pelo que fez sente sua face enrubescer.

- É como se alguém agradecesse. Alecrim, Dente-de-leão, Dália e Salvia. Seremos eternamente gratos, estamos bem.  Foi isso que ouvi na minha cabeça. Como se alguém falasse comigo, mas já foi embora.

- Como assim alguém grato, Nihal? Está se sentindo bem? – a menina Centari não entende mais nada. - Esses são nomes de ervas, algumas usadas em curandeirismo. – continua, tentando dar sentido nas palavras enigmáticas.

- Não estou delirando por causa do veneno. A voz foi bem clara, parece que por um momento eu me desliguei do corpo para ouvir a plantinha. Onde está a plantinha?

Nihal abre sua mão e procura a flor, mas ela não existe mais. Uma poeira verde foi tudo que restou.

- Eu a destruí – responde enquanto uma lágrima surge em seus olhos