Ele mal consegue ficar de pé quando o resto do ovo se quebra. Fraco, ele
se arrasta até Nihal, ela podia sentir que ele precisa mais da força que estava
em suas veias.
Feixes de luz douradas saem do corpo da menina, A criatura começa a
brilhar, Nihal consegue ver sua essência transformando a criatura, preenchendo
seus músculos, dando consistência à suas presas e asas.
De pé em suas quatro patas, o pequeno Draken abre suas asas, ainda está
um pouco menor do que aquele que eles encontraram na escadaria da torre. As
pupilas verticais do réptil estão fixas em Nihal, ela podia sentir que o Draken
agora era parte dela, que nada poderia afastá-los.
Ela tenta dizer algo, mas seus lábios não se mexem. Ela chama por Rogna
em seus pensamentos.
A mão de Nihal agora tocava as escamas douradas da criatura, e ela podia
sentir que para viver ele precisava de mais, de mais da vitalidade da menina.
Então mais uma vez a cena se repete e a luz dourada sai de um corpo para
o outro.
A criatura da um urro de dor, ela pode sentir seus ossos crescendo, sua
carne se esticando, um processo que demoraria décadas acontecendo em segundos.
A reverberação do grunido foi demais, as paredes da caverna estremecem e
para o debilitado Altair isso é mais do que podia agüentar. Ele cai desacordado
na pedra fria, até mesmo Soana, que já visto até monstros feitos de puro
sangue, fica paralisada, num misto de terror e espanto.
A caverna se torna pequena, O Draken já não consegue fica naquele espaço
e levanta vôo, destruindo o teto para poder alcançar sua liberdade e olhar o céu.
Nihal se abaixa por puro reflexo, mas com as asas abertas ele os protege
das pedras que cairiam na gruta. Ela continua com os olhos fixos na criatura
como se por maior que fosse ela sempre iria protegê-la.